Escrito por O Globo | |
Ter, 06 de Abril de 2010 00:00 | |
- O Batista (Luiz Carlos Batista, controlador da Insinuante) vai buscar oportunidades de parcerias ou fusões com outras redes. Eu vou cuidar do dia a dia das lojas, das compras e do marketing. É o que gosto de fazer - contou Nunes na quinta-feira à tarde, logo depois de regressar a Belo Horizonte. Antes, a bordo de um jatinho particular, ele havia passado também por Vitória (ES) e previa consumir boa parte do feriado da Sexta-feira Santa em novas reuniões de negócios. Nunes diz que a divisão não poderia ter sido melhor. - Eu sou, antes de tudo, um vendedor. Meu lugar é nas lojas, distribuindo propaganda aos clientes e carregando caixas para o estoque - afirma o executivo. Há 20 anos, capital era de R$ 15 mil investidosA agenda concorrida é uma indicação de que Nunes, aos 40 anos, alcançou o topo de uma trajetória fulminante. Da primeira loja, aberta em Divinópolis (MG), sua cidade natal, ele passou a dividir o comando do segundo maior grupo de varejo de eletrodomésticos do país, com 528 lojas em 16 estados e no Distrito Federal, 15 mil funcionários e faturamento anual combinado de cerca de R$ 5 bilhões. Tudo isso em pouco mais de 20 anos e depois de investir um capital inicial que, a preços de hoje, não passava de R$ 15 mil. Órfão aos 11 anos de pai, um comerciante de bijuterias, Nunes teve de vender tangerina no sinal para ajudar a família. Quando completou 18, passou a viajar toda semana a São Paulo para comprar mercadorias e revendê-las em Divinópolis. Em vez das bijuterias trazidas pelo pai, o empresário comprava bichos de pelúcia para oferecê-los pelo dobro do preço. Com o lucro dos brinquedos e a venda de um carro popular, montou em 1989 a primeira loja de eletrodomésticos. Os bichos de pelúcia continuaram a ser úteis nessa fase inicial. Para fisgar a freguesia, os eletrodomésticos comprados em São Paulo eram vendidos por preços inferiores aos dos grandes concorrentes. O prejuízo era bancado pela receita com os brinquedos. Isso durou até 1994, explicou ele, quando a Ricardo Eletro passou a comprar equipamentos diretamente dos fabricantes: - A loja tinha menos de 20 metros quadrados. Como não tinha idade, a minha mãe teve de me emancipar. No papel de vendedor, ele não deixa de acompanhar, mesmo a distância, os passos da Ricardo Eletro - cuja administração divide com Rodrigo, um dos três irmãos. Anda sempre com três aparelhos celulares e costuma receber ligações de vendedores da rede, pedindo autorização para reduzir o preço de determinado produto. Nunes também mantém há dois anos um programa semanal no rádio, o "Negocie direto com o Ricardo", com duração de dez minutos. Ao vivo, o empresário negocia descontos com clientes previamente inscritos. As dificuldades dos concorrentes mais tradicionais também tiveram seu papel. A rápida expansão em Belo Horizonte, por exemplo, foi feita a partir da compra dos pontos de venda das extintas Arapuã e Casa do $ádio. O desembarque na Bahia - em 2004, que gerou divergências com o hoje sócio Batista, da Insinuante - aconteceu com a aquisição de 13 lojas da Rede Romelsa (comprada em 2009 pelas Casas Bahia). - A sorte e as oportunidades estavam lá para qualquer um. Ele teve competência de aproveitar - afirmou o consultor Marcelo Cherto, da GrowBiz. Rede ainda não está na capital de São PauloSerá preciso bem mais que sorte para que a Máquina de Vendas, holding que vai abrigar as operações de Ricardo Eletro e Insinuante, complete seu projeto mais ousado: entrar no mercado paulista, o maior do país. Hoje, são apenas oito lojas com a bandeira Ricardo Eletro, e todas no interior do estado. São Paulo já responde por 40% das vendas fechadas através do serviço on-line da Ricardo Eletro, de R$ 1 milhão por dia, o que dá uma medida do potencial de negócios que Nunes ainda não conseguiu alcançar. Sem São Paulo, dificilmente vai diminuir a diferença que o separa do grupo Pão de Açúcar (que controla Ponto Frio, Extra e Casas Bahia), dono de um faturamento de R$ 20 bilhões em eletrodomésticos. - Já é uma grande vitória estar no segundo lugar. Deus nos deu mais do que merecíamos - desconversou Nunes, ao ser perguntado sobre os planos futuros. A opção mais provável, por enquanto, é a aquisição de outras redes. Na segunda-feira, durante o anúncio da fusão, perguntaram a Nunes se interessaria formar uma parceria com o Magazine Luiza, que caiu para a terceira colocação no ranking do mercado. O empresário respondeu que o objetivo é sempre crescer, "seja com quem for". - Se isso realmente foi falado, eu estranho a declaração deles - rebateu a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, acrescentando que "nunca esteve nem está à venda". Informações de O Globo. |
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terça-feira, 6 de abril de 2010
RICARDO NUNES - EMPREENDEDOR!
Ele gosta mesmo é de vender e 'carregar caixote'
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